Graça

“Se você é mesmo filho de Deus porque não desce dessa cruz?” 

“Vejam aquele é o que dizia que perdoava os pecados, mas não consegue salvar nem a si mesmo”. 

“Peça aos anjos que te salvem se você realmente é filho de Deus”. 

Tantas risadas, tantos deboches, até mesmo os ladrões que estavam ao seu lado sendo crucificados riam e debochavam dele. Eles o observavam a cada instante pra ver se ele blasfemaria, todos queriam ver o que Jesus faria com aquela situação. Logo um daqueles que estava sendo crucificado com cristo se calou, começou a observá-lo profundamente. Que estranho, ele deve ter pensado, ele não se opõe aos cravos, praticamente os convida. Tantas pessoas zombavam, criticavam, debochavam dele e ele nem ao menos se defendia. Aquele homem o observou, viu todo aquele sangue, olhava aquela coroa de espinho encravada em seu rosto e mesmo assim Jesus ousava a dizer “Pai, perdoa-lhes”. Talvez enquanto aquele homem o observava ele tenha se esquecido um pouco da sua dor e tenha passado a se importar com aquele homem, aquele mártir pacifico. Porque não existia raiva naqueles olhos? Como amar aquelas pessoas?  Como pedir a Deus que os perdoe? 

"Aqueles homens zombavam dele como um Rei, pois se fosse um louco, eles o ignorariam. Se ninguém o seguisse, eles o afastariam. Se ele não fosse nada a temer, eles não o matariam." Quando aquele ladrão volta a si escuta algo que o incomoda profundamente. “Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também”. Essas palavras entraram como uma faca no coração daquele ladrão, indignado ele retruca “Tu nem ainda temes a Deus estando na mesma condenação? Nós, na verdade com justiça, pois recebemos o que nossos feitos mereciam. Mas este nenhum mal fez”. Vamos parar aqui um pouco. O mesmo homem que no começo debochava de Jesus, após observá-lo não pode deixar de notar a diferença existente em Cristo, ele não pode deixar de notar a pureza daqueles olhos, aquele homem que sua vida toda se importou consigo mesmo, agora não pode deixar de se importar com aquele cordeiro imaculado que morria, e morria por amor.

Talvez Jesus tenha olhado para aquele homem e tenha sorrido. Onde estavam os tantos seguidores de Jesus? Onde estavam todos que Jesus já havia ajudado? Onde estavam aqueles que Jesus havia curado? Onde estavam os seus discípulos?  Todos se foram. O ÚNICO que o defendeu, o ladrão, alguém que não valia nada para aquela sociedade, alguém que pouco antes de “conhecer” Jesus nem ao menos acreditava nele. Talvez com algum medo, talvez com lagrimas nos olhos aquele homem disse a Cristo “Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu reino”. A resposta de Jesus talvez tenha o assustando, mas provavelmente a euforia daquele homem tenha sido maior que seu susto. “HOJE mesmo você estará comigo no paraíso”. Ali os maiores milagres haviam sido realizados, maior que o véu rasgado, maior que os mortos ressuscitados. Naquele momento houve salvação, houve perdão. Nada se compara a isso. Ali Jesus mostrou o verdadeiro significado da graça. Aquele ladrão não merecia o paraíso, mas será que nós merecemos? GRAÇA. “pela GRAÇA sois salvos”, não porque merecemos, não porque somos melhores que alguém. GRAÇA. O que seria de nós se não fosse por essa dádiva nos dada por Deus? Se dependesse de nós, dos nossos atos, com certeza seriamos condenados, mas “tua graça me basta”. Esse é o maior dom que Deus nos deu.

Obrigado Senhor, obrigado porque mesmo seu eu merecer o Senhor me ama, obrigado porque se fosse por mim eu seria condenado mas a Tua graça me salvou, a sua misericórdia me lava de todo mal. Obrigado porque o senhor é Deus da minha vida e não preciso temer a mais nada, porque a TUA GRAÇA ME BASTA.

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